23 de setembro de 2010

O enigma dos evangélicos anti-Dilma.

Robinson Cavalcanti

Entramos em uma fase da campanha eleitoral presidencial caracterizada mais pela negação do que pela afirmação. Da revista Veja (‘Pravda’, às avessas), passando por uma enxurrada de e-mails, e chegando aos evangélicos no seu famoso “vídeo”, o que se vê é um movimento anti-Dilma e anti-PT, sem se afirmar a preferência por outro partido ou candidatura.

Esse movimento “do contra” expõe um dilema. Senão, vejamos:

  1. Não se deve votar em Dilma;
  2. Não se deve abster, nem votar branco ou nulo;
  3. O princípio “irmão vota em irmão” não se aplica à irmã Marina;
  4. Não há nenhum gesto que indique votar nos comunistas, socialistas ou democratas cristãos, dentre os candidatos ditos “menores”.

Eis o aparente enigma!

O que resta, então!? José Serra. Por exclusão, encabuladamente, não assumidamente, se está promovendo o reforço do candidato tucano. Sherlock Holmes diria: “Elementar, meu caro Watson!”.

Mas, por que não afirmar a ideologia (social-democrata: Covas; neoliberal: FHC), o programa, do PSDB? Ou a ideologia do indígena, branco, carioca, litorâneo, seu companheiro de chapa (DEM, ex-PFL, ex-PDS, ex-ARENA, ex-ex-ex, até Tomé de Souza)?

Os evangélicos brasileiros, começaram celebrando a presidência de ex-alunos de seus colégios (Café Filho, Itamar Franco); passaram por um ditador de pedigree pastoral-luterano (Geisel), tiveram um garotinho presbiteriano, e, agora, não se entusiasmam com uma senhora adulta assembleiana (de cabelo em coque e tudo)… Estranhos esses crentes! Estranhos, ou “realistas-pragmático-clientelistas”.

Estão os evangélicos preocupados com a justiça social e o bem comum da pátria, ou adotaram, de forma peculiar, um pensamento de um santo católico romano: “É dando que se recebe?”.

O maniqueísmo histórico, não sincero, não verdadeiro, paranóico, não é uma boa forma de testemunho.

O Brasil merece o mais maduro e honesto comportamento (e contribuição para o fortalecimento da democracia) por parte dos seus concidadãos denominados de protestantes. Oremos e laboremos!

Fonte: Pavablog

6 de setembro de 2010

Esses dias eu saí de casa, e estava um pouco estressado - a correria do cotidiano, os vencimentos chegando, etc.
Quando cheguei na porta do colégio, tive uma visão que me fez ouvir a voz de Deus. Uma mãe se despedia de seu filho, mas ela o abraçava com tanta força, que a criança tinha até dificuldades em respirar.
Eu pensei: que abraço gostoso.
E logo lembrei da passagem de Mateus 23:37:
"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!"

Fiquei mais tranquilo e confiante quando pensei no cuidado e amor de Deus por nós. Como uma mãe que abraça o seu filho carinhosamente para que ele nunca esqueça que ela está por perto e que o ama, é assim que Deus faz.
Ele é capaz de sair do seu santo lugar em favor dos que o buscam. Ele veste a sua armadura de justiça em prol dos injustiçados e toma o peso dos que andam cansados.

O salmo 18 demonstra bem isso esse cuidado de Deus:
"Tristezas de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assombraram. Tristezas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam. Na angústia invoquei ao SENHOR, e clamei ao meu Deus; desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face... Abaixou os céus, e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés. E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento... Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas. Livrou-me do meu inimigo forte e dos que me odiavam, pois eram mais poderosos do que eu."

Assim, agradeci a Deus pelas lutas, pois elas são oportunidades para que eu esteja debaixo de suas asas, seguro e protegido, recebendo o seu abraço apertado e sendo livre de todo o mal.

3 de setembro de 2010

Stephen Hawking diz que Deus não criou universo


No seu novo livro, o físico Stephen Hawking defende que Deus não tem lugar nas teorias do universo e que este é fruto de um feliz acaso.


"Não há lugar para Deus nas teorias da criação do universo." A frase contundente aparece no novo livro do físico Stephen Hawking, The Grand Design, em que o britânico defende que é provável que o universo tenha nascido do nada.

Apesar de um dia ter afirmado que a existência de um criador não era incompatível com a ciência, na sua nova obra - que é lançada na quinta-feira - o físico mais famoso da Grã-Bretanha conclui que o big bang é uma consequência inevitável das leis da física e nada mais.

"A criação espontânea é a única explicação para a existência do universo", afirma Hawking no livro, explicando que o universo não precisou de um deus para ser criado, ao contrário daquilo em que acreditava Sir Isaac Newton, que defendia que o universo não poderia ter nascido apenas do caos.

"Isto faz parte das coincidências da nossa condição planetária - um único Sol, a feliz combinação na distância entre o Sol e a Terra e a massa solar - menos notável e muito menos convincente do que a Terra foi cuidadosamente desenhada apenas para agradar aos humanos", argumentou, citando a descoberta, feita em 1992, de um planeta que orbitava uma estrela além do Sol. "Por haver uma lei como a da gravidade, o universo pode e irá criar-se do nada", acrescentou.

Para Stephen Hawking, a "criação espontânea é a razão por que há algo em vez do nada, porque o universo existe por nós existimos. Não é preciso invocar Deus para causar excitação e pôr o universo a funcionar".

O livro The Grand Design foi co-escrito com o físico norte-americano Leonard Mlodinow e é aguardado com expectativa pela comunidade científica. Em 1988, ano em que saiu o seu best-seller Uma Breve História do Tempo, Stephen Hawking parecia aceitar o papel de Deus na criação do universo: "Se descobrirmos uma teoria completa, esse será o derradeiro triunfo da razão humana - e por isso devemos conhecer a mente de Deus", escreveu na altura.

Fonte: Terra

Comentário subversivo:

Hawking sempre foi um arauto do bom-senso. Em seus livros anteriores, sua afirmações trazem um tanto de prudência e equilíbrio. Ultimamente, ele tem se pronunciado com opiniões cada vez mais inflexíveis, sem concessões.

No site do jornal Diário Catarinense, é dito que “segundo [Hawking], as condições que deram à Terra o ambiente perfeito para a existência da vida humana são muito menos singulares do que se supunha. Ou seja, há muitos outros lugares no universo com características semelhantes. Hawking vai além: é provável que existam outros universos. Ou seja, se a intenção de Deus era criar o homem, para que outros universos?” Quem disse que a Terra é o único planeta projetado para acolher vida humana?

Ele parte de uma hipótese não comprovada para argumentar (provar) a não-existência de Deus. Afirmações de que o Universo poderia criar-se e multiplicar-se do nada desafiam a lógica, o bom-senso e a própria ciência.

As novas opiniões de Hawking nos levam a questionar se sua incrível inteligência e capacidade argumentativa continuam intactas.




Os valores do Reino de Deus na MPB

Moisés França

“Coisas que a gente se esquece de dizer/ frases que o vento vem às vezes me lembrar/ coisas que ficaram muito tempo por dizer/ na canção do vento não se cansam de voar”. Esse verso é de Marcio Borges, na canção “O Trem Azul”, do seu irmão Lô Borges, (ambos, na liderança de Milton, formaram na dácada de 70 o Clube da Esquina, um dos principais movimentos da MPB que alcançou o mundo).

A letra é um tapa no orgulho de quem pensa que criou algo que antes não existia. Dá-nos a idéia de que o que é novidade não passa de uma mera recriação do que já existe, ou, uma revelação do que estava encoberto; ou, outra forma de dizer o que já foi dito.

Percebamos que a própria letra da música revela a intenção dos autores, pois a mesma, embora escrita de forma bela e peculiar, seja um outro jeito de dizer o que o rei Salomão há três mil anos já havia dito, inspirado por Aquele que lhe concedeu sabedoria: “O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol”. (Eclesiastes 1: 09).

Poderíamos citar outras canções que contém verdades absolutas cuja fonte é Deus. Cito: “O mar quando quebra na praia é bonito demais”, de Dorival Caymmi; “Quando entrar setembro e a Boa Nova andar nos campos/ quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar/…quero ver crescer o perdão onde a gente plantou…”, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos. Ainda Renato Russo, que cantou “Monte Castelo”, uma versão de Coríntios 13, grande sucesso de Legião Urbana é mais uma.

Onde quero chegar?

Creio que o sagrado está presente não somente dentro dos nossos arraiais. Aliás, pelo contrário. Há muito de profano em nossas tribos que chamamos de “meio evangélico”, “meio gospel”, e até “meio católico”. Pensando bem, essa palavra “meio” chega a ganhar duplo sentido. O que é meio deixa de ser inteiro. Deixa de ser integral, completo.

Deus usa quem quer, independente dessas gaiolas que nós chamamos de “lugares sagrados”. Os valores do Reino estão presentes onde menos se esperam. Lá fora as pedras estão clamando e até proclamando com honestidade, integridade e coerência, o que deveríamos fazer tão bem quanto, já que nem sempre conseguimos fazer melhor.

Faço parte de uma instituição que chamamos de religiosa, e não desprezo, tem a sua importância; porém, a cada dia me sinto mais distante da possibilidade de me apegar a ela como sendo algo sagrado em si mesma.

Não sacralizo templos, prédios, instituições, denominações, religiões, dogmas, nem paredes, nem plataformas, nem púlpitos, nem fachadas de igrejas. A beleza divina, além da natureza e a criação em si, sobremodo está em pessoas. O sagrado habita no nosso coração enganoso, mas que sabe se arrepender, se corrigir na graça de Deus. É aí que o que é santo se revela e daí seus frutos se propagam. São sinalizações da justiça do Reino aqui e agora, mesmo que em parte!

Mas o sagrado habita também o coração do artista que tem fome e sede de justiça e expressa isto através de sua arte. Do intelectual ateu, que chega a ser mais profeta que muitos religiosos. Este vai à imprensa apaixonadamente denunciar mazelas em nome da justiça através de seus escritos. Já dizia Chaplin: “Sois homens, não máquinas!” E quando alguém se sensibiliza diante das injustiças sociais e toma alguma atitude, desprovido de egoísmo e vaidades pessoais, isto sinaliza o Reino.

Que nossa música e nossos textos, aqui e acolá, comprometam-se acima de tudo com a gramática da vida, não apenas com a gramática das expressões bem colocadas em nossos versos, embora isso não seja qualquer coisa. Que cantemos com paixão e fé o que não conseguimos conter em nós mesmos de tão grande que é: as virtudes do Reino, que “estão no meio de vós (nós)”.

Esses, que muitas vezes chamamos de ímpios, muito têm a nos ensinar. Não vamos os imitar no seu modo de viver, que não glorifica a Deus (embora alguns sigam Jesus e não saibam); mas temos muito a imitá-los na sua preocupação com o mundo e expressar tudo isso em canção, em poesia, em proclamação que fujam do lugar comum; casando o que pensamos com o que expressamos, com verdade e beleza.

Já se foi o tempo em que a nomenclatura “evangélico” significou algo tão importante para mim. Prefiro voltar ao começo e dizer do privilégio de apenas ser um discípulo do Mestre Jesus de Nazaré e serví-lO por onde eu passar, buscando a cada momento perceber os sinais do Reino que há de vir em sua plenitude!

Fonte: Moisés França Blog

28 de agosto de 2010

Subversão

Segundo o dicionário Aurélio, subversão possui a definição de: Ação ou efeito de subverter; prática de atos subversivos; revolta, insubordinação contra a autoridade, as instituições, as leis e os princípios estabelecidos; e subversivo possui a definição de: Próprio para subverter, para solapar o estado de coisas estabelecido: propósitos subversivos; Militante da subversão; revolucionário.

Segundo a Wikipédia, o termo subversão está relacionado a um transtorno, uma revolta; principalmente no sentido moral. A palavra está presente em todos os idiomas de origem latina, e era originalmente aplicada a diversos eventos, como a derrota militar de uma cidade.
Já no século XIV era usada na língua inglesa com referência a temas de direito e no século XV começou a ser usada relacionada a reinados. Esta é a origem de seu uso moderno, que se refere a tentativas de destruir estruturas de autoridade, enquanto subversão se refere a algo mais clandestino, como erodir as bases da fé no status quo ou criar conflitos entre pessoas.

No ambiente literário, ou hermenêutico, da observação das coisas e da vida, passa-se pela visão de quem está na marginalidade, de quem é dissidente da manipulação do sistema, ou do grupo vencedor.
Mesmo que isso não esteja claro para o leitor, as criações literárias são, em suma, naturalmente subversivas... e toda subversão ameaça o status quo e atrai para si a censura ou a reação contra. Todo texto tem seu grau de subversão, seja implícito ou explícito. Pra se ter uma idéia, os contos de fadas eram, em sua maioria, totalmente subversivos, embora muitos não os vejam assim.

A Bíblia (nosso objeto de estudo e pesquisa) é rica em subversividade. Há textos e narrativas maravilhosas, que lidas a partir desse ponto de vista, nos trazem edificações imensas para nosso caráter e forma de viver. A proposta é quebrar, revolver, fazer tremer e virar às avessas as interpretações bíblicas reinantes em nosso meio que possuem uma 'capa' de verdades abolutas, e que servem de base para a manipulação de pessoas e dominação da fé dos incautos.
Representamos aqueles que estão fora da chamada 'igreja moderna' - mercantilista, capitalista e desviada dos princípios básicos do verdadeiro seguimento de Jesus Cristo , o maior subversivo que já existiu.